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30 de abril de 2014

O lobo em pele de cordeira


E ela veio vestida em uma pele parda quente e um rosto infantil. Convidando-me para dentro do seu olhar hora inocente, hora malicioso.
Não por minha vontade; mas pela minha insanidade.  A fera que dei alimentação vai me fazer sua presa, pois, nem por gratidão, pode mudar a natureza.
É como se sem poder ela tivesse que achar sedução em outros atributos.  Eu nunca tinha visto alguém com tamanha beleza com pés 36.
Ela sentia minha curiosidade, e me desafiava ir além, daquilo que nunca passou de só fantasias da minha mente indefinidamente sem limites.  
Mas o meu cálice ainda estava cheio, meus olhos agora a desafiavam na também, minha boca a convocava para uma noite infinita de prazer.

- Você quer brincar de viver ? Ela me perguntava, exibindo um sorriso provocante.

Sua pele era dura, tinha talento à loucura, seus olhos eram de leoa de fome de liberdade. Ambos combinavam comigo.
Amei-a sob a meia luz de um quarto aleatório de um sábado a meia noite. Sem razão, sem tempo para o coração, a excitação tomava conta de nossos corpos aparentemente iguais.
Ousei em hesitar, mas deixei pra lá a desistência.  E o que mais me intrigava era em como ela sabia exatamente do que eu precisava.  Possuía o meu manual de instruções, ou eu mesma me ajeitava para caber em suas coordenadas.
Era pulsante e o encaixe era perfeito.  Assim como outras mulheres, pagamos pelo desejo que sentíamos, explodindo juntas.

Por fim, matamos nossa vontade por trás das cortinas de distinção da sociedade, alcançando o êxtase de dois corpos famintos por volúpia. 

C

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