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30 de abril de 2014

O lobo em pele de cordeira


E ela veio vestida em uma pele parda quente e um rosto infantil. Convidando-me para dentro do seu olhar hora inocente, hora malicioso.
Não por minha vontade; mas pela minha insanidade.  A fera que dei alimentação vai me fazer sua presa, pois, nem por gratidão, pode mudar a natureza.
É como se sem poder ela tivesse que achar sedução em outros atributos.  Eu nunca tinha visto alguém com tamanha beleza com pés 36.
Ela sentia minha curiosidade, e me desafiava ir além, daquilo que nunca passou de só fantasias da minha mente indefinidamente sem limites.  
Mas o meu cálice ainda estava cheio, meus olhos agora a desafiavam na também, minha boca a convocava para uma noite infinita de prazer.

- Você quer brincar de viver ? Ela me perguntava, exibindo um sorriso provocante.

Sua pele era dura, tinha talento à loucura, seus olhos eram de leoa de fome de liberdade. Ambos combinavam comigo.
Amei-a sob a meia luz de um quarto aleatório de um sábado a meia noite. Sem razão, sem tempo para o coração, a excitação tomava conta de nossos corpos aparentemente iguais.
Ousei em hesitar, mas deixei pra lá a desistência.  E o que mais me intrigava era em como ela sabia exatamente do que eu precisava.  Possuía o meu manual de instruções, ou eu mesma me ajeitava para caber em suas coordenadas.
Era pulsante e o encaixe era perfeito.  Assim como outras mulheres, pagamos pelo desejo que sentíamos, explodindo juntas.

Por fim, matamos nossa vontade por trás das cortinas de distinção da sociedade, alcançando o êxtase de dois corpos famintos por volúpia. 

C

27 de abril de 2014

A formula perfeita



Gosto do modo que você me olha quando quer que eu vá buscar algo, e sempre me divirto sozinha  do jeito como eu nego e depois vou buscar, amo o jeito que você acorda dengoso, sonolento e meio confuso.
É uma espécie de presente sentir toda a nossa energia boa logo de manhã.
Gosto do modo como você levanta a sobrancelha quando está me questionando, porque atrasei mais uma vez, gosto quando você tenta mostrar, que realmente se interessa, por aquele assunto chato que eu insisto em adorar.
Gosto do cheiro da sua camisa surrada, e do nosso cheiro que se fundiu, gosto do gosto da sua boca depois daquela xícara de café.
Gosto de como quando a gente sorri sonoramente de casais cafonas que ainda trocam senhas e  nos lembramos com risadinhas envergonhadas, que também vivemos essa fase.
É incrível como não precisamos de receita quando estamos lado a lado. Somos a receita um do outro. A formula perfeita.
Amo a nossa plenitude sutil, do mesmo modo como amo nossos excessos. Exagerar de vez em quanto também é bom.
Eu amo até as nossas despedidas, mesmo longe de mim o sorriso me traz uma alegria que me alimenta,
Mas amo sobretudo a sua volta. Nos abraçamos demoradamente como quem corre atrás do prejuízo que a saudade deixou.
Eu amo cada coisa que a gente compartilha. Músicas, filmes, fluidos... Tudo. A nossa vida é uma festa permanente, ora musica, ora silenciosa,ora tranquila,ora agitada. Mas sempre festa.

W

1 de abril de 2014

Para dizer que te amo



Eram quase três horas da manhã e o batom vermelho ainda estava aparente em seus lábios, apesar de já estar vestida em uma camisola de seda preta, porém sem nenhuma lingerie por baixo já que o calor tomava conta de seu corpo, ainda que lá fora fizesse quase 15°, sua pele clara abria caminho para suas bochechas coradas, por estar tão quente.
Seus olhos acoplados com os pensamentos deleitosos inebriavam seus sentidos.
Ele estava ali deitado concentrado em uma série de tv, vestido apenas em uma pele quente e convidativa para uma madrugada infinita de amor.
O beijo agora tinha outro sabor, um sabor quente que tomava conta da saliva, língua, lábios e céu da boca, sentiam sede, uma sede de beijo, sentiam um sentimento desmedido.  
Os corpos fundiam-se em um só, dominados pela faceta mais animal, deixaram o volante nas mãos dos instintos e emoções, deixando de lado os pensamentos sóbrios e entregavam –se  as emoções mais bonitas misturadas aos pensamentos sujos e melados.
Já dentro da pele de um lobo, ele rasga suas vestes, consumido pelo desejo de ter aquela que transforma suas regras em bagunça.
Faz ecoar altos os gemidos afoitos, abafar buzinas da metrópole.
Depois do gozo, libertam-se daquilo que de fato prendiam em seus domínios.
Hoje selam sua noite com um beijo com gosto de “não para” e eu te amo.  

W

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